quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O que é que a fulana tem?


 O que é que ela tem, afinal? Frequentemente ouço comentários, leio textos, e até assisto, tanto em seriados e filmes, quanto no dia a dia, garotas inconformadas por que “aquele” cara não olhou pra ela, ou ainda porque está com outra, aparentemente sem graça nenhuma. Aliás, acredito que dificilmente alguma mulher não tenha passado por isso, pois somos seres com PHD em neurose e profissionais em achar defeitos (tanto nas demais mulheres, quanto nos homens e em nós mesmas). E claro, fazemos questão de parecer impecáveis umas para as outras.
Sim, a célebre frase de que as mulheres se arrumam para outras mulheres é a mais plena realidade. E isso que nos deixa tão equivocadas quando vemos nosso ex com uma garota mais simples que nós, que aparentemente não é tão bonita, ou inteligente, ou divertida. E damos a ela o famoso apelido de “sem sal”, além de outros. Mas calma, meninas, não é só conosco! Há muitos homens que também tem essa mania de se comparar com os outros(bem menos que a gente, claro! Massss.....) quando se trata de sua mulher amada. Eu mesma conheço várias histórias. Esse ciúme, misturado com obsessão e uma boa dose de masoquismo é algo universal. Ficamos malucas, gastamos nosso tempo observando aquela pessoa obcecadamente, na procura de um “porquê”, mas ainda que não nos tornemos stalkers profissionais, ocasionalmente, ao vermos o casal na rua, nos perguntamos como aquelas duas podem estar juntas. 
Como nós, mulheres, temos essa enorme tendência em encontrar defeito em tudo que é detalhe nosso, culpamos nosso peso, altura, cor dos olhos, nosso cabelo, ou até mesmo a unha do mindinho do nosso pé. Mesmo após as dietas, as horas de academia e no salão, e o monte de dinheiro comprado em roupas e sapatos. Estou errada? E então, após mais um monte de tratamentos de pele, e todos os demais cuidados que temos, ainda não conseguimos entender porque não fomos notadas. 
Mas minhas amigas, há um certo detalhe que, devido a correria do dia a dia e todos os padrões de beleza que a mídia nos divulga, acabamos esquecendo; as pessoas são extraordinárias nos pequenos detalhes. Não é uma sobrancelha perfeita, nem um cabelo hidratado, ou um corpo sarado que nos torna radiantes. E te digo mais, é o jeito destrambelhado como ela anda, o sorriso tímido que ela tem, a apreciação que ela faz das coisas simples do dia a dia, o modo como ela defende suas opiniões em uma conversa, mesmo que sejam diferentes das dele; foi isso o que ele viu nela, e que você não conseguiu mostrar. O modo como ela se comporta perante as situações corriqueiras, o jeito como ela consegue faze-lo sentir-se especial. 
E enquanto você os olhava e se perguntava como eles poderiam estar juntos ela também pode ter reparado em você. Naquele mesmo instante, ela poderia estar olhando pro seu cabelo e se perguntando o que você fazia pra deixa-lo tão bonito, ou onde você comprou aquela roupa linda que estava usando, ou, na pior das hipóteses, poderia estar sentindo dó de você, que pra ela, aparentava ser extremamente sem graça e solitária.
Enfim, impressionar uma mulher por aquilo que se aparenta é fácil. A gente olha mesmo, e sempre tem algum comentário ou crítica pra fazer. Mas o amor a gente conquista, e não há dinheiro e dieta no mundo que facilite a negociação.

domingo, 22 de setembro de 2013

"Ich danke dir für all das Gute und Liebe und Schöne!"


Começo esse texto por estar terminando um dos melhores livros que já li na minha vida. Sempre ouvi comentários maravilhosos sobre O diário de Anne Frank, mas ao decorrer da história ficava cada vez mais impressionada com o dom e a capacidade interpretativa que aquela garota de apenas treze anos de idade tinha. E a cada página virada, me surpreendia ainda mais.
Confesso que esperava muito mais melancolia, e ao ver o jeito tão otimista e belo com que Anne descrevia sua vida na maioria de suas cartas, me senti ainda mais comovida e apaixonada pela história. Meu único lamento é que ela não tenha vivido mais tempo, pois tenho certeza que nos presentearia com vários livros maravilhosos.
Ainda não terminei o livro. Aliás, pretendo fazê-lo ainda esta noite, porém tenho um grande receio por essas próximas vinte páginas que faltam pra que eu o acabe, pois no fundo do meu coração, eu queria que essa leitura não terminasse.
O que me felicita, é saber que sua história pôde ser compartilhada ao mundo, confesso que consigo imaginá-la comemorando pelo sucesso que, aposto, ela não esperava fazer.
Termino esse texto, com uma mensagem direta a Anne, mesmo que ela não possa lê-la, e o pedido de que se você ainda não leu seus relatos, leia. Garanto que nenhum segundo de leitura será perdido.

Querida Anne,

Obrigada por me presentar com seus relatos, compartilhando um pouco de sua vida comigo. Não só por ter grande importância histórica, mas também pela riqueza do conteúdo sentimental que você pôs nela. Sua sinceridade e seu modo de ver o mundo me contagiaram, e me fazem querer enxergar a vida de um jeito mais bonito. Obrigada por me mostrar que a verdadeira felicidade está em poder olhar um céu azul durante uma tarde quente, sentir o vento tocando meu rosto, e poder respirar o ar puro, sem ter de me preocupar em ser pega fazendo-o. E por renovar minha fé, pois mesmo que as coisas não saiam exatamente do modo como queremos, ao ler seu presente sabendo do seu futuro, não pude deixar de ligar alguns pontos, que me deram a impressão de que Deus realmente faz tudo acontecer na nossa vida na hora certa, e que absolutamente tudo tem um motivo maior. 
Acredite, seu confinamento não foi em vão, pois se não fosse por isso, Talvez você não tivesse a oportunidade de amadurecer tanto, passar tudo isso pro papel, e tocar a vida de tantas pessoas, assim como tocou a minha.
Agradeço novamente, do fundo do meu coração.

Maria.  

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Laços(Ties).


Após muito pestanejo, acho que acabei me convencendo de que nessa vida, muito se cultiva, se colhe, se escolhe... Mas as melhores coisas e pessoas ainda são aquelas que não escolhemos. E sim que a vida escolhe por nós.
O destino se encarrega de nos colocar em lugares em que não gostaríamos de estar, só pra nos presentear com o inesperado. E justamente por ter acontecido naturalmente, dura.

Acho que não estou sendo tão clara naquilo que quero falar. Como posso explicar?

A vida acontece. Todo o dia, a cada segundo, mesmo enquanto dormimos. E no meio de nossa existência, acabamos conhecendo músicas, filmes, livros, e pessoas... E como todo ser humano, acabamos nos relacionando entre nós. Criando laços.
Mas com o passar do tempo, alguns laços se desfazem sozinhos. E na tentativa de não perdê-los de vez, os transformamos em nós. E como esperado, e indesejado, sufocamos, abafamos, e destruímos de vez algo que já sabíamos que não existia mais, de uma maneira muito mais dolorosa.

Mas a vida continua, apesar dos laços desfeitos. E decepcionados com aquilo que perdemos, alguns de nós optam por viver um dia de cada vez. Aproveitando as pessoas queridas que passarem por nosso caminho hoje, sem nos esforçar tanto pra que elas continuem andando conosco amanhã. E são essas as que permanecem. 

Acho essa uma das coisas mais bonitas da vida. O inesperado. Aquilo que antes era inimaginável, mas se torna real. Aquilo que cria raiz sem que precisemos nos esforçar muito pra cuidar. Aquilo que fica e só.
Ainda não sei se consegui ser clara o suficiente, mas espero que as interpretações de vocês sejam boas. Vim aqui por um surto de inspiração e energias positivas, e pra finalizar, queria deixar aqui meu pedido pro restante de Setembro(e pro resto do ano, dos próximos anos...): Que as boas surpresas continuem vindo, e que as ruins nos deem alguma recompensa também. Que os sentimentos bons criem fortes raízes em nossos corações, e que os laços se desfaçam, mas que não virem nós.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Com todo o meu afeto, pra você.

Hoje meu salve vai para aqueles que ainda não desistiram. Aqueles que tentam da melhor maneira que podem, que não acham que correr atrás de seus objetivos é besteira.Que sabem que quando se trata de tornar o impossível possível, não se perde tempo, se investe.E sabem investir seu tempo, seu foco, sua alma.
Para esse tipo de pessoa, nada é em vão se possibilitar uma vitória. Mesmo que a chance seja pequena. Ela existe. Mesmo que muitos digam que não.
Para essas pessoas, sonhar é coisa séria. E é por isso que acabam sempre comprando briga com cada cético que ouse lhes contrariar.
Para elas, deixo aqui, meus cumprimentos, com toda a minha admiração e carinho também. Desejo que não parem de tentar, que não percam sua essencia, e que possam levar sua ideologia a mais gente, porque acho que é disso que o mundo precisa; um pouco mais de coragem, de fé, e de sonhos.
Boa noite, Maria.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

O mundo vai acabar, e ela só quer dançar.

E lá veio o Dinho, como sempre me traduzindo em seu repertório.
Acho que toda a garota já ouviu, cantou, e amou Natasha, e que pelo menos uma vez, pensou em fazer o mesmo que Ana Paula.
Mudar o corte e a cor do cabelo, sacar todas as economias, e fugir, sem saber pra onde, mas com a certeza de não há como voltar atrás.
Como paranoica, desequilibrada, e pseudopoeta, sempre penso que nenhuma música foi escrita em vão, e hoje enquanto ouvia essa, da qual nunca enjoo, me perguntei sobre Ana Paula. Não sei quem é, mas aposto que ela existiu, e que existiram muitas como ela.
Imagino-a como uma garota calma, recatada, tímida e com educação impecável. O exemplo de filha, namorada e aluna perfeita. Vivendo uma vida ideal, com o futuro todo planejado. Faculdade, casamento, filhos. É, ela tinha tudo em sua mão. Me pergunto, então, o que a levou a partir daquele jeito, sem se incomodar em dizer adeus, e sem nenhuma pretensão de voltar... Após um breve momento de meditação, rio de meu questionamento. Sei que toda a garota já brincou de casinha, já sonhou com o príncipe encantado, e escolheu um zilhão de nomes diferentes para seu primeiro filho. Se formar, se casar, ter filhos. Esse é o sonho perfeito que todas deveríamos ter. Ou uma antiga imposição que era feita a nossas avós, por seus familiares, e de quando em quando, ainda é passada pra nós. Mas...
Ana Paula não passava dificuldades, não causava problemas, e sabia exatamente onde iria chegar. Faculdade, casamento, filhos. Sua vida estava toda programada, e acredito que esse tenha sido o gatilho de sua fuga. Todo aquele excesso de certezas, toda aquela vida planejada, aquilo deve tê-la sufocado. Não me levem a mal! Não tenho nada contra quem sonha em constituir uma família e levar uma vida tranquila, muito pelo contrário, eu mesma também tenho esse desejo. Mas acredito que o excesso de planejamento não nos leve a lugar nenhum, pois o excesso de idealização nos tira da realidade, e nos joga em um abismo de paranoias, que desacata insônia, pesadelos, enfim. Ok, eu posso estar exagerando. Ok, esse pode não ser o seu caso, eu sei. Mas acho que Ana Paula vivenciou as cenas que venho descrevendo e que isso a apavorou. Afinal, é normal ter medo do futuro. Tenho certeza de que ela amava seus pais, talvez gostasse de seu namorado, mas por ficar tanto tempo presa naquela vidinha perfeita e tão cheia de certezas, ela se desesperou. Amava tudo o que tinha, mas queria mais. Queria conhecer o outro lado da moeda, sentir o gosto daquilo que ainda não havia provado. Queria viver um pouco, antes de se acomodar. E então radicalizou, enterrando de vez Ana Paula, junto com todos os sonhos que tinha e “dando a luz” a Natasha, a inconsequente desandada que só queria mais um trago, mais um drink e mais uma música...
O mundo vai acabar, e ela só quer dançar...  Era isso, já não se importava mais. Viveria um dia de cada vez, sem pensar em seu futuro. Tornou-se o extremo daquilo que ainda não vivera.

Me desculpo pela confusão aos que não entenderam o ponto em que quero chegar, e explico; Não há nada de errado em descer do salto de vez em quando. Todos precisamos de tranquilizantes pra mente e um pouco de indiferença. Mas é possível incorporar nossa Natasha sem estrangular de vez Ana Paula. Adquirindo responsabilidade(e irresponsabilidade) na hora certa. Pra os que me acompanharam até aqui, deixo minha conclusão; se dosem. Sejam um pouco de tudo. Mas não sejam demais. A vida é uma corda bamba, e se a gente não se equilibrar, cai.  

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Tô me namorando.

Nunca entendi direito a obcessão que algumas pessoas têm de estar sempre com alguém. É como se a ideia de estar sozinha as fizesse inferiores aos demais. A própria companhia não as basta.
Não estou generalizando. Conheço muitas pessoas que gostam de estar acompanhadas simplesmente por apreciar a companhia do outro, mas que não se martirizam quando estão solteiras. Mas sejamos sinceros, não são todos que conseguem esse equilíbrio.
Nunca namorei sério. Atualmente, não sinto vontade. Algumas pessoas ficam inconformadas com isso, não conseguem entender, e não conseguem disfarçar os olhares indignados. E sinceramente, não me importo. Só não entendo.
Será que é MESMO necessário estarmos comprometidos em todos os sentidos com alguém, pra estarmos felizes?
Vivo, atualmente, uma experiência que gostaria que todos tivessem a oportunidade de vivenciar; o aproveitamento de minha própria companhia.

Tô me namorando, as vezes brinco.
E isso não significa que estou sozinha, muito pelo contrário. Há sempre pessoas interessantes ao meu redor. Só que sem a necessidade do comprometimento, das eternas brigas, e das dores de cabeça constantes que duas pessoas podem se proporcionar.
Não me levem pelo lado errado, também não estou dizendo que “tô pegando todo mundo”. “Solteira sim, sozinha nunca.”, no sentido “literal”. Isso é desnecessário, e algo a que não consigo a me habituar.
Só que quando estou com alguém, por aquele momento, me sinto feliz por estar onde estou e com quem estou. Sem esperar por uma continuidade. E no momento seguinte, quando estou sozinha num sábado a noite, embaixo das cobertas vendo um filme, também me sinto realizada. Seja com meus amigos, comigo mesma, com meus pais, enfim. Não há martírios, ciúmes, e paranoias. Não há sentimentos exacerbados. Assim consigo aproveitar melhor cada momento, sem nenhuma culpa.
Minha inspiração aumentou. Minha vontade de estudar também. Até mesmo minha esperança, que até pouco estava morta.
Vejo muitas pessoas cultivando um relacionamento, por medo de ficarem sozinhas pra sempre. Ou outras paranoias. Não as entendo. Talvez, ao se libertarem de um sentimento que as machucam, e se permitissem a solidão, o autoconhecimento, e o conhecimento de mais pessoas, se sentiriam muito mais felizes e realizadas. Mesmo “sozinhas”.

Então, termino esse texto, dando o seguinte conselho aos que estiverem presos; libertem-se. Eu juro que não dói. Só no começo, ok, pois tirar alguém que significou tanto da sua vida sempre trás um pouco de incômodo no início. Mas passa rápido, falando sério. Na hora certa, quando você menos esperar, alguém pode aparecer, e te transbordar. Enquanto isso se complete! Nascemos todos sozinhos, e não levaremos ninguém conosco na hora de nossa partida. Além disso, não precisa se estar em um relacionamento pra ter com quem compartilhar a vida. É pra isso que existem os amigos e a nossa família. O mundo está cheio de pessoas interessantes, e se você procurar bem, vai se surpreender com as descobertas que fará.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Dezenove.



Há anos que venho pregando ódio e pragas ao meu aniversário, data que dificilmente me trás boas recordações. Sou supersticiosa e rabugenta, o que junto ao meu pessimismo, explica minha birra eterna com aniversários.
Mas esse ano resolvi me rebelar, só pra ver no que dava...
Bom, só dessa vez, resolvi esquecer meu ódio e fingir que era criança novamente. Quando aniversários eram sinônimos de bolo, amigos e bexigas coloridas.
Tirei o Um dos Dezenove anos que estou fazendo, e fui, toda feliz, comprar chapeuzinho de festa, um pedaço de bolo, e velinhas, pra cantar parabéns sozinha quando desse meia noite.
Vai que desse certo? Que a sorte mudasse, se eu fizesse o ritual corretamente? Bati palmas, ri da minha própria idiotice, fechei os olhos, fiz um pedido, e assoprei aquelas velas no pedaço de bolo com a esperança e ansiedade de uma criança de nove anos de idade. 
Vai que desse certo?
Dormi tranquila. Acordei bobona, ao meio dia. Almocei um outro pedaço de bolo, sem me culpar pelo excesso de açúcar, e adivinhem só? Me sentia contente.
Um legítimo milagre, devo acrescentar... E por falar em milagre, meus pais me compraram salgadinhos, que fiz questão de dividir com meu novo melhor amigo, que como todos os dias, passou aqui em casa na hora do almoço. Também lhe dei um chapeuzinho de festa. Se fosse pra comemorar, faria decentemente.  
Em seguida, tive uma ideia inusitada. Sentei em frente ao computador, e fiz aquilo que mais gosto no mundo; escrevi até o cérebro se cansar. 
E no meio da euforia do cansaço, uma surpresa maravilhosa. 
Recebi a visita de duas grandes amigas, uma ao vivo e a outra em  pensamentos. 
Ah, que delícia. Mais um milagre pro meu dia, que em seu decorrer, apesar de pequenos detalhes, foi maravilhoso. Ao anoitecer, fui beber um pouco com meus melhores amigos, que foram felizes e contentes me dar um abraço, apesar do frio de cortar a pele que estava fazendo. Fomos todos pra casa em seguida, onde fizeram questão de cantar parabéns e o bendito do com-quem-será(a propósito, venho noticiar que se tudo der certo, estou noiva do Orlando Bloom, haha). Por dentro, transbordei de felicidade.
Talvez o feitiço tenha realmente funcionado, a sorte tenha mudado, e ao fazer o contrário do que normalmente desejo fazer durante meu aniversário(que seria ficar em casa sozinha, chateada por estar um ano mais próxima de um túmulo) eu tenha quebrado o ciclo triste que a data me lembra.
Talvez seja essa a solução de todo o problema. Fazer o oposto do normal. O imprevisível. 
Termino esse dia, que acabou sendo tão maravilhoso pra mim, grata por todas as pessoas maravilhosas que fazem parte da minha vida e que fizeram questão de demonstrar seu carinho por mim de alguma forma. Pois elas foram o melhor presente que ganhei. E não as trocaria. Cada ato, abraço e palavra fazem desse um belo recomeço. Um excelente primeiro capítulo dessa minha nova história. E é por querer sempre lembrá-lo que o compartilho aqui, pra quem quiser ler, com um conselho como desfecho;
Quando tudo parecer complicado, fechem os olhos, respirem fundo, e voltem a ser crianças. Essa é a maior simplicidade da vida. 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Promessa passageira.

Comprometo-me a ser a única responsável por aquilo que cativar, e cuidar bem do meu coração, sendo também a única com o poder de parti-lo de vez em quando. Prometo estar em constante processo de renovação, e não me deixar de lado. Por nada, nem por ninguém. Prometo surtar, vez ou outra, pra não enlouquecer de vez. Prometo continuar desprendida, e não me deixar aprisionar... E principalmente, prometo tentar cumprir essas promessas. Um dia de cada vez. Mas sem pressão, sem culpa, se houver alguma falha. Por que viver é bem isso; tentar, esperar e só.

domingo, 21 de julho de 2013

É.

Ainda bem que a vida nos proporciona sempre um amanhã. Ainda que ao sentirmos o toque quente do sol em nosso rosto, sentimos um pouco de conforto. Ainda bem que cada hoje significa que o ontem já passou, e que a possibilidade de um amanhã nos dá esperança de que tudo pode mudar.
Ainda bem que cada escolha nos dá a oportunidade de um novo erro, e que cada erro, pode ser convertido em um aprendizado.
Ainda bem que de vez em quando a gente surta, extravasa tudo que precisa sair de dentro de nós, e que isso dá espaço pra uma renovação dentro de nós.

Ainda bem...

terça-feira, 2 de julho de 2013

Machado explica.

"O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo."


domingo, 9 de junho de 2013

Sobre escrever.


Me apaixonei pelas palavras antes mesmo de passá-las para o papel. Deixei que elas vestissem meu corpo e possuíssem minha alma, pois mesmo que as vezes eu me encontre perdida em sílabas, ainda não conheci sensação mais reconfortante que a de olhar uma folha em branco esperando para ser preenchida.
Esse é o grande amor da minha vida, e minha maior recompensa é, ao mergulhar no mundo das ideias e transcrevê-las, saber que ainda existe algo bonito a ser compartilhado em meio a escuridão. Há esperança de que todo o vazio possa ser preenchido, e que posso encontrar felicidade sem a ilusão de anestésicos pra mente. 
Escrever é um exercício diário que requer atenção e cuidado, pois um texto tem o poder de tirar o fôlego e o sossego por horas. 
Quem nunca se sentiu atingido lendo um artigo, uma frase pichada no muro, ou ao mesmo um nome? Quem nunca se emocionou por conta de uma carta? Palavras nos tiram o sono, quando entaladas na garganta.
E ainda que escrever possa trazer tanta angustia, não consigo me imaginar fazendo algo além disso.
Essa é a única qualidade que compensa meus tantos erros.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Bagunça.

Parando pra pensar com calma em tudo o que tem acontecido, enxergo vários erros. Olho pro meu quarto, todo desarrumado, com roupas dentro da sapateira, livros no guarda-roupa e sapatos embaixo da cama, e só de pensar em ter de organizá-lo, me dá tristeza. Não que fosse demorar. Em meia hora tudo estaria maravilhoso, eu sei. Mas ao sentar na minha cama, e observar o quadro todo, reparo que sempre que olho aquela bagunça, sinto que ela externa exatamente aquilo que está acontecendo dentro de mim. 
Uma bagunça. Cuja proporção é centenas de vezes maior que a do meu quarto, e um milhão de vezes mais difícil de arrumar. Aliás, creio que seja impossível deixar as coisas em seu devido lugar novamente. Mesmo que a organização volte, será diferente de como era antes. 
É, aquela mudança, pela qual eu ansiava tanto, está finalmente acontecendo…
Minha tia costuma dizer que pra organizar as coisas, primeiro precisamos tirar tudo do lugar. Pra depois, olhando cada cômodo e cada coisa desarrumada, decidamos o que jogaremos fora, e onde guardaremos aquilo com que decidimos ficar. Ouvindo ela falar, realmente, faz muito sentido.
Me pergunto se essa regra é geral… Se for, então todo esse embrulho no estômago, o vazio, e a confusão são sinônimo de que no final vai tudo se encaixar e valer a pena.
Se não, não sei o que fazer… 
Por hora, levanto da cama, respiro fundo, e arrumo meu quarto.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

E se eu não ligar?



Cansada de me enganar e enganar aos outros, optei por seguir unicamente aquilo que me dê alguma felicidade. Mesmo que dure pouco, desde que seja intensa.
Há tempos venho me sentindo presa. Aos meus erros, aos olhares maldosos, os abraços falsos e comentários ruins... Aos conceitos alheios, e as expectativas que criaram sobre mim.
Tanto sufoco tem me deixado boba, de tão louca. Perdida.
Decidi então me libertar. E aos poucos tenho vivido mais pra mim. Não quero nada que não me faça sorrir, nem ninguém que me tire o riso. Já não me importa tanto deixar os outros incomodados, desde a sensação de “missão cumprida” seja maior que o arrependimento.
Tenho me afastado de tudo que me enjaula, me limita, me castiga. Já não vejo mais razão pra seguir aquilo que não me agrada. Joguei todas as inutilidades fora, pra dar espaço pras novidades, que antes não cabiam em mim. Renovei vários conceitos, atualizei opiniões, e espero que essa transformação nunca pare, pois é assim que eu quero continuar vivendo... Desprendida.
Apesar de toda a ansiedade, que insiste em continuar sempre aqui, vou vivendo devagar. Certa de que o que tiver de ser, será...

sábado, 4 de maio de 2013

"Viva! Viva! Viva!"

É a fé que move o mundo. É ela que transforma nossa mente e guia nosso coração, que cego, não teve outra escolha além de confiar nos próprios instintos. 
Quando a nossa fé acaba, todo o resto desmorona. E então, imediatamente, ao invés de assumirmos a responsabilidade por nosso destino, culpamos aqueles que fizeram parte de nossa jornada. Um amigo, um ex namorado, uma conhecida... As vezes até Deus. 
É mais fácil culpar os outros, se fechar do mundo e deixar que a tristeza nos governe. É preciso ter muita coragem pra começar de novo. Errar de novo, errar melhor. 
E não adianta. Nós somos todos bobos. Gastamos muito tempo pensando no passado, e esquecemos um pouco de aproveitar melhor o presente. E então, quando o futuro chega, e nos tira um pouco do que tínhamos, a melancolia se repete... 
Proponho então que tenhamos um pouco mais de fé. Mesmo que por enquanto nada esteja certo. Mesmo que sempre haja algo que possa nos deixar pra baixo. Proponho que ergamos a cabeça, aproveitemos o nosso agora, e se a realidade não for tão encantadora, que nós consigamos enxergar, em meio a escuridão, alguma luz. Por que mesmo que não pareça, todo dia tem algum momento bom, ainda que não dure mais que alguns segundos. 
E que se danem quem tínhamos, e que se dane o que não podemos ter. Sejamos gratos pelo que ainda não perdemos, e aproveitemos, sem pensar duas vezes, cada oportunidade. Consequências sempre virão, nem sempre serão agradáveis, mas tentar sempre vale a pena. 
É só o que tenho pra dizer, depois de tanto tempo sem dar as caras. Espero que alguém me ouça.

domingo, 21 de abril de 2013

Agora.

Eis que nasce uma dúvida. É a voz na sua cabeça que te guia, ou é o que o mundo te mostra, o que te impede?
Assim não quero. Assim não dá. E de outro jeito, não pode ser?
Ah, cara, o que ela ta falando? O que que ela ta fazendo?
Onde eu aperto pra parar?
Como começa de novo?
Como eu faço pra falar se eu não tenho nada a dizer?
Ah, que estrago... Quem vai consertar?
E se eu não quiser assim, e se eu quiser assado?
Quem vai me ajudar?
Se ferrou...

sábado, 9 de março de 2013

Como dançar com a solidão.



Invente. Se você ainda não superou uma causa perdida, se alguém ainda te machuca, se algo ainda dificulta seu sono, finja. Crie um cenário na sua cabeça, no qual a realidade é outra. Fantasie o máximo que puder, e quando sair dessa sua segunda vida, e acordar, vá buscar por alguma coisa nova. E se aquela coisa velha continuar te atingindo, continue fingindo que não é nada demais. Continue criando novos cenários, inventando desfechos diferentes pra aquela história... Se isso não ajudar a tornar as coisas mais fáceis, pelo menos, no fim das contas, você terá escrito um livro que você pode redigir, e divulgar, e quem sabe até publicar? Fantasias podem ser enganadoras, mas elas vendem, e isso pode ser algo grande. Grandes desilusões as vezes geram gênios.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Bloco do eu sozinho.



De repente aquele sonho tão grande de entrar em uma boa faculdade, conseguir um bom emprego, e no meio de tudo isso conhecer o amor da sua vida, casar-se e ter filhos torna-se fútil. De repente todos aqueles planos, aqueles sonhos, aquela vida secreta que você criou não tem sentido.
De repente acontece algo tão surreal e inesperado que qualquer plano parece idiota e bobo. Dar o seu melhor parece perda de tempo.
“O amanhã a Deus pertence”. Amém.
O famoso “viver um dia de cada vez” torna-se a única frase real. A única coisa lógica. Não fazer planos pra amanhã, e deixar que o hoje te conduza.
Então eu me pergunto por que teimamos tanto? Por que insistimos tanto em nossas fantasias, mesmo sabendo que muitas delas não passarão do plano utópico? Por que não nos contentamos com o que temos e deixamos nossa ganância de lado? Será que tantos planos nos incentivam verdadeiramente e nos dão realmente a esperança que tanto necessitamos? Ou seria só uma desculpa para evitar nossos medos? Nesse anseio por respostas que provavelmente não virão, prefiro deixar pra lá. 

domingo, 27 de janeiro de 2013

Morrer não dói.


É natural que a morte cause espanto, desespero e medo. Estranho seria se não causasse. Sabemos que não podemos evita-la, e que ela virá sem avisar. Mas morrer, ao contrário do que muitos pensam, não dói. O que pode doer é o prefácio da partida. Os momentos finais da vida. Mas a morte em si, é tranquila. Conte até dez, e antes de você terminar de dizer “um”, já terá acontecido. É rápido e fácil... Eu posso lhes assegurar!
Contudo, mesmo que você acredite em tudo o que eu disse, garanto que quando seu encontro finalmente chegar e você tiver de olhar no fundo de seus olhos, ainda sentirá calafrios.
Então você perceberá que não teme pela morte, e sim pela vida.
Mente quem diz que, ao encarar a morte, não lhe veio nada em mente. É impossível, em um momento tão solene, sua cabeça ficar vazia. Muitos momentos felizes podem vir a sua mente, mas eles não prenderão sua atenção por muito tempo, pois logo você começará a pensar no futuro. Em tudo aquilo que você estava prestes a conseguir, em todos os sonhos que você iria realizar, nas pessoas que você iria conhecer... E é isso o que dói. Aquilo que você não terá oportunidade de fazer.
Viver dói. E essa dor é aguda, mas é boa. Significa que ainda temos assuntos pendentes pra resolver, momentos pra aproveitar, pessoas pra conhecer.
A única morte que dói é a daqueles que amamos. E dói muito, por sinal. Saber que aquela pessoa estava conosco até dois segundos atrás, e que nos dois segundos seguintes não estará. E nem nos próximos. Sentimos dor por aqueles que já não conseguem sentir mais nada, vivenciamos a perda dessas pessoas e sofremos por não podermos fazer nada que a evite. Clamamos pela vida que teriam, pelas oportunidades que não poderão aproveitar. A morte é a prova de que o ser humano não é tão egoísta, pois é doída quando suas consequências são pesadas em grupo.
A morte é única coisa que nos aproxima de desconhecidos, fazendo com que, pelo menos por alguns segundos, suas vidas tenham seu valor reconhecido.  

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Se enamora.


A vida, apesar de insana, é linda. Se acaba em tantos começos. Tira, põe, troca, muda, vai, volta... E o movimento continua, no meio de tanta correria, e você corre junto pra não ficar pra trás, assim como todos que estão ao seu redor. E assim deve continuar; correndo, tropeçando, levantando e seguindo... Sempre em frente. Superando cada expectativa, explorando cada detalhe, deixando em cada canto um pedaço seu, porque quando você parar, o mundo continuará girando, e a vida continuará acontecendo na mesma correria... Mesmo sem você, que terá sido só uma gota d'água na imensidão desse oceano. 

Deixa estar!


Mentir para não ouvir reclamações está ficando cada vez mais cansativo. Velhos amigos vão se afastando, e se desconhecendo até tornarem-se meros estranhos. Mas ainda há aquela velha necessidade de se mostrar presente, de fingir que os laços estão mais fortes do que nunca. Mera ilusão que insistimos em manter por sermos apegados demais a tudo que nos fez feliz, mesmo que esteja quebrado e não tenha mais conserto. Abraçamos nossas memórias com tanta a força que nos machuca. Mas não nos importamos. Livrar-se delas seria pior, pensamos.
Algumas coisas realmente duram, algumas amizades são mesmo quase eternas, mas a tendência é a separação. E pra quê atrasar o inevitável? Pra que fugir tanto de algo que certamente já te alcançou? Deixa o agora acontecer! Ainda é cedo pra dizer que é o fim, e todo o espaço desocupado será preenchido de novo. Por novos amigos, que te darão novas lembranças e mais fotografias. E é só isso o que você guardará deles, quando também resolverem partir.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Retrospectiva 2012.


Ainda não sei como explicar. Sem dúvidas meu 2012 foi muito além dos textos cliché que andei lendo por aí. Eu diria que foi um ano muito ruim, no qual eu fui obrigada a me tornar uma pessoa melhor. Saí da minha zona de conforto, tive de aprender a viver em um lugar novo,  conviver com pessoas completamente diferentes de mim, e resolver os meus problemas sozinha. Nunca me senti tão só, mas foi muito bom, pois eu acabei me descobrindo bem mais forte e capaz do que eu achava que era. Acredito que tenha adquirido mais responsabilidade também, e apesar ainda não ter conseguido nada, ando lutei muito pra conseguir atingir meus objetivos. Talvez isso signifique que resultados positivos estão por vir, talvez ainda precise me esforçar mais, mas ninguém pode dizer que eu não tentei. 
Outra coisa marcante sobre o ano anterior? Hm, acho que nunca tinha assistido tantas pessoas próximas sofrendo ao mesmo tempo ao meu redor, o que foi uma droga, porque eu nunca sei como me comportar diante do sofrimento alheio. Na maioria das vezes eu acabo dizendo alguma coisa idiota, dando risada sem querer, ou ficando quieta num canto o que me faz parecer fria e magoa ainda mais aqueles que gostariam do meu apoio... Bom, um dia eu prometo que vou controlar meu "nervosismo"e me comportar de maneira apropriada. Prometo. 
Chegou um momento no qual eu pensei seriamente que 2012 foi uma maldição, e por isso tantas coisas ruins estavam acontecendo, contudo agora que acabou, eu sei que tal definição não passou de um devaneio gerado pelo meu excesso de emoções. 2012 foi estranho e exótico sim, mas por consequência das escolhas que fiz, e não por uma praga do destino. Por mais que alguns acontecimentos não sejam "sua culpa", é você quem decide como vai agir a respeito. Se vai se trancar no quarto e fugir da realidade, ou se sairá de casa em busca de algo que seja bom. Eu escolhi me fechar. Talvez por medo, ou pura estupidez mesmo... Mas tanto faz. O que me consola é saber que a felicidade de um vem da tristeza do outro, e sendo assim, enquanto eu me martirizava, alguém aproveitava aquilo que "poderia ter sido meu". Sorte dessa pessoa, né.
Mas enfim, 3013 começou e ainda restam 364 dias para surpreendê-lo. Que eu consiga fazer escolhas diferentes e melhores, sem criar muita expectativa, aproveitando todas as oportunidades o máximo que puder. Amém.