domingo, 9 de junho de 2013

Sobre escrever.


Me apaixonei pelas palavras antes mesmo de passá-las para o papel. Deixei que elas vestissem meu corpo e possuíssem minha alma, pois mesmo que as vezes eu me encontre perdida em sílabas, ainda não conheci sensação mais reconfortante que a de olhar uma folha em branco esperando para ser preenchida.
Esse é o grande amor da minha vida, e minha maior recompensa é, ao mergulhar no mundo das ideias e transcrevê-las, saber que ainda existe algo bonito a ser compartilhado em meio a escuridão. Há esperança de que todo o vazio possa ser preenchido, e que posso encontrar felicidade sem a ilusão de anestésicos pra mente. 
Escrever é um exercício diário que requer atenção e cuidado, pois um texto tem o poder de tirar o fôlego e o sossego por horas. 
Quem nunca se sentiu atingido lendo um artigo, uma frase pichada no muro, ou ao mesmo um nome? Quem nunca se emocionou por conta de uma carta? Palavras nos tiram o sono, quando entaladas na garganta.
E ainda que escrever possa trazer tanta angustia, não consigo me imaginar fazendo algo além disso.
Essa é a única qualidade que compensa meus tantos erros.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Bagunça.

Parando pra pensar com calma em tudo o que tem acontecido, enxergo vários erros. Olho pro meu quarto, todo desarrumado, com roupas dentro da sapateira, livros no guarda-roupa e sapatos embaixo da cama, e só de pensar em ter de organizá-lo, me dá tristeza. Não que fosse demorar. Em meia hora tudo estaria maravilhoso, eu sei. Mas ao sentar na minha cama, e observar o quadro todo, reparo que sempre que olho aquela bagunça, sinto que ela externa exatamente aquilo que está acontecendo dentro de mim. 
Uma bagunça. Cuja proporção é centenas de vezes maior que a do meu quarto, e um milhão de vezes mais difícil de arrumar. Aliás, creio que seja impossível deixar as coisas em seu devido lugar novamente. Mesmo que a organização volte, será diferente de como era antes. 
É, aquela mudança, pela qual eu ansiava tanto, está finalmente acontecendo…
Minha tia costuma dizer que pra organizar as coisas, primeiro precisamos tirar tudo do lugar. Pra depois, olhando cada cômodo e cada coisa desarrumada, decidamos o que jogaremos fora, e onde guardaremos aquilo com que decidimos ficar. Ouvindo ela falar, realmente, faz muito sentido.
Me pergunto se essa regra é geral… Se for, então todo esse embrulho no estômago, o vazio, e a confusão são sinônimo de que no final vai tudo se encaixar e valer a pena.
Se não, não sei o que fazer… 
Por hora, levanto da cama, respiro fundo, e arrumo meu quarto.