domingo, 27 de janeiro de 2013

Morrer não dói.


É natural que a morte cause espanto, desespero e medo. Estranho seria se não causasse. Sabemos que não podemos evita-la, e que ela virá sem avisar. Mas morrer, ao contrário do que muitos pensam, não dói. O que pode doer é o prefácio da partida. Os momentos finais da vida. Mas a morte em si, é tranquila. Conte até dez, e antes de você terminar de dizer “um”, já terá acontecido. É rápido e fácil... Eu posso lhes assegurar!
Contudo, mesmo que você acredite em tudo o que eu disse, garanto que quando seu encontro finalmente chegar e você tiver de olhar no fundo de seus olhos, ainda sentirá calafrios.
Então você perceberá que não teme pela morte, e sim pela vida.
Mente quem diz que, ao encarar a morte, não lhe veio nada em mente. É impossível, em um momento tão solene, sua cabeça ficar vazia. Muitos momentos felizes podem vir a sua mente, mas eles não prenderão sua atenção por muito tempo, pois logo você começará a pensar no futuro. Em tudo aquilo que você estava prestes a conseguir, em todos os sonhos que você iria realizar, nas pessoas que você iria conhecer... E é isso o que dói. Aquilo que você não terá oportunidade de fazer.
Viver dói. E essa dor é aguda, mas é boa. Significa que ainda temos assuntos pendentes pra resolver, momentos pra aproveitar, pessoas pra conhecer.
A única morte que dói é a daqueles que amamos. E dói muito, por sinal. Saber que aquela pessoa estava conosco até dois segundos atrás, e que nos dois segundos seguintes não estará. E nem nos próximos. Sentimos dor por aqueles que já não conseguem sentir mais nada, vivenciamos a perda dessas pessoas e sofremos por não podermos fazer nada que a evite. Clamamos pela vida que teriam, pelas oportunidades que não poderão aproveitar. A morte é a prova de que o ser humano não é tão egoísta, pois é doída quando suas consequências são pesadas em grupo.
A morte é única coisa que nos aproxima de desconhecidos, fazendo com que, pelo menos por alguns segundos, suas vidas tenham seu valor reconhecido.  

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