Hoje eu
decidi falar sobre uma das surpresas mais maravilhosas que a vida me deu de
presente. Um dos melhores amigos que eu tenho, um dos caras mais incríveis que
eu já tive a chance de encontrar.Nós nos
conhecemos no início de 2014, mas começamos a conversar direito só em Julho.
Diz ele que na primeira vez que nos vimos pessoalmente eu o ignorei, como se
não o conhecesse, mas eu não me recordo direito da tal ignorada, o que eu lembro
é que quando o vi pessoalmente pela primeira vez, numa festa de república, não
consegui associá-lo à sua foto do perfil do facebook (até então só nos
conhecíamos via internet, e na foto ele não usava o cabelo black power e nem
aparentava ter quase dois metros de altura).
Começamos a
conversar em Julho, ele me mandou uma mensagem no whats contando que estava
atolado de coisas pra fazer, e que nunca mais queria se enfiar em tanta coisa
ao mesmo tempo (mais tarde nós descobriríamos que isso era uma grande mentira,
pois seu jeitinho workaholic não deixa que ele sossegue nunca, por mais que a
gente implore pra ele descansar!). Não me lembro exatamente do momento em que
ficamos tão próximos, mas quando me dei por mim nós fazíamos parte dos mesmos
projetos, estávamos sempre nos mesmos grupos de trabalho, íamos juntos às
mesmas festas, e compartilhávamos um com o outro nossas alegrias, anseios,
medos e sonhos. Eu ganhei mais um irmão, que estaria sempre ali pra me ajudar,
sendo com um conselho, um ombro pra chorar, ou pra tirar eventuais borboletas
que entrassem na minha casa (se você não sabe, eu tenho pavor desse bicho
horroroso).
Quem estava
de fora via o quanto a gente era unido e gostava um do outro, mas nosso companheirismo
acabava sempre gerando a ideia errada nas pessoas. Alguém sempre vinha com uma
piadinha de como nós éramos um casal bonito, mas a gente não levava a sério. A
gente sabia que não tinha nada a ver. Um dia, por puro tédio, nós resolvemos
entrar na brincadeira. Colocamos que estávamos em um relacionamento sério no
facebook, só pra não perder a piada. A galera foi à loucura, ficamos assustados
com a alegria que as pessoas aparentavam sentir com aquilo. Poucas horas depois
desistimos, pois notamos que as pessoas não tinham percebido a piada e estavam
levando nossa brincadeira à sério demais. Piada besta, assumo.
Continuamos
amigos, ele conheceu uma garota maravilhosa, e agora estão namorando. E eu
estou me cagando de medo de perder um dos melhores amigos que eu tenho, mesmo
sabendo que essa insegurança não tem sentido, por serem duas coisas completamente
diferentes. Mas esse texto não é só sobre o amor que eu sinto por essa pessoa
especial, e muito menos sobre perdas. Esse texto está sendo escrito pra mostrar
que é possível que duas pessoas de sexo oposto se encontrem ao longo da vida e
constituam uma amizade bonita e sem intenção alguma de ultrapassar essa linha. Ele me provou isso, e eu achei essa descoberta linda (sim, descoberta, porque
até o dia em que a gente se conheceu sempre que eu começava a desenvolver um
pouco mais de afeto por algum amigo, colocavam uma pressãozinha social pra que
a gente começasse um romance, e eu ficava tão confusa, que passava muito tempo
questionando. E se eu não sentisse a tal atração física e romântica que a
plateia cobrava, vinha uma culpa imensa, ainda que eu não tivesse certeza se o
cara também não sentia nada, ou se ele correspondia às expectativas das
pessoas).
Hoje eu sei
que não existe nada de errado em fugir dessa regra louca que não sei quem
inventou. Também tenho total convicção de que amizade entre homem e mulher
existe sim, e pode ser tão simples e honesta quanto a de duas mulheres, ou dois
homens. E essa é uma sensação libertadora, porque a melhor coisa que existe é
você se sentir bem o suficiente pra começar uma amizade sem medo dela ser mal
interpretada. Inclusive, eu recomendo.
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