terça-feira, 23 de julho de 2013

Dezenove.



Há anos que venho pregando ódio e pragas ao meu aniversário, data que dificilmente me trás boas recordações. Sou supersticiosa e rabugenta, o que junto ao meu pessimismo, explica minha birra eterna com aniversários.
Mas esse ano resolvi me rebelar, só pra ver no que dava...
Bom, só dessa vez, resolvi esquecer meu ódio e fingir que era criança novamente. Quando aniversários eram sinônimos de bolo, amigos e bexigas coloridas.
Tirei o Um dos Dezenove anos que estou fazendo, e fui, toda feliz, comprar chapeuzinho de festa, um pedaço de bolo, e velinhas, pra cantar parabéns sozinha quando desse meia noite.
Vai que desse certo? Que a sorte mudasse, se eu fizesse o ritual corretamente? Bati palmas, ri da minha própria idiotice, fechei os olhos, fiz um pedido, e assoprei aquelas velas no pedaço de bolo com a esperança e ansiedade de uma criança de nove anos de idade. 
Vai que desse certo?
Dormi tranquila. Acordei bobona, ao meio dia. Almocei um outro pedaço de bolo, sem me culpar pelo excesso de açúcar, e adivinhem só? Me sentia contente.
Um legítimo milagre, devo acrescentar... E por falar em milagre, meus pais me compraram salgadinhos, que fiz questão de dividir com meu novo melhor amigo, que como todos os dias, passou aqui em casa na hora do almoço. Também lhe dei um chapeuzinho de festa. Se fosse pra comemorar, faria decentemente.  
Em seguida, tive uma ideia inusitada. Sentei em frente ao computador, e fiz aquilo que mais gosto no mundo; escrevi até o cérebro se cansar. 
E no meio da euforia do cansaço, uma surpresa maravilhosa. 
Recebi a visita de duas grandes amigas, uma ao vivo e a outra em  pensamentos. 
Ah, que delícia. Mais um milagre pro meu dia, que em seu decorrer, apesar de pequenos detalhes, foi maravilhoso. Ao anoitecer, fui beber um pouco com meus melhores amigos, que foram felizes e contentes me dar um abraço, apesar do frio de cortar a pele que estava fazendo. Fomos todos pra casa em seguida, onde fizeram questão de cantar parabéns e o bendito do com-quem-será(a propósito, venho noticiar que se tudo der certo, estou noiva do Orlando Bloom, haha). Por dentro, transbordei de felicidade.
Talvez o feitiço tenha realmente funcionado, a sorte tenha mudado, e ao fazer o contrário do que normalmente desejo fazer durante meu aniversário(que seria ficar em casa sozinha, chateada por estar um ano mais próxima de um túmulo) eu tenha quebrado o ciclo triste que a data me lembra.
Talvez seja essa a solução de todo o problema. Fazer o oposto do normal. O imprevisível. 
Termino esse dia, que acabou sendo tão maravilhoso pra mim, grata por todas as pessoas maravilhosas que fazem parte da minha vida e que fizeram questão de demonstrar seu carinho por mim de alguma forma. Pois elas foram o melhor presente que ganhei. E não as trocaria. Cada ato, abraço e palavra fazem desse um belo recomeço. Um excelente primeiro capítulo dessa minha nova história. E é por querer sempre lembrá-lo que o compartilho aqui, pra quem quiser ler, com um conselho como desfecho;
Quando tudo parecer complicado, fechem os olhos, respirem fundo, e voltem a ser crianças. Essa é a maior simplicidade da vida. 

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