quinta-feira, 11 de novembro de 2010

I found myself in wonderland...

Sentada por entre as folhas caídas de outono no enorme bosque ela brinca com sua boneca, sorrindo. Ela tem um brilho único no olhar. Um brilho ofuscante, do tipo que só se encontra nos olhos de uma criança. Brilho de esperança, de alegria, de amor. Usa um vestido rodado como o de uma princesa, igual ao de sua boneca. Brinca, imagina e sonha. Sonha com seu próprio conto-de-fadas, e então ri. Mas de repente o céu se escurece e o chão começa a tremer, rachar, até abrir uma enorme cratera, bem onde a garota está brincando. Ela abraça forte a boneca, e segura o choro enquanto cai naquele vazio sem fim, até finalmente pousar em um lugar que nunca havia visto. Então se levanta e começa a correr assustada, deixando a boneca para trás. Procura respostas, uma saída. Ao invés disso encontra um coelho atrasado que não cansa de dizer a hora, de segundo em segundo. Estamos sem tempo - diz ele. Ela se desespera mais, e não para de correr. A cada minuto que passa mais perguntas, mais obstáculos. Ela continua seu caminho no mesmo ritmo, sem nunca parar.
E após tanta luta, e de ter sobrevivido á tantos pesadelos ela encontra uma saída. Mas nada mais é a mesma coisa, ela não é mais a mesma. Depois de vencer o mundo e finalmente se encontrar, senta-se por entre as folhas caídas de inverno e continua cumprindo sua antiga promessa. Não vou chorar.

Ouvindo a nova música da Avril - Alice, que foi criada para o filme Alice in Wonderland, acabei meditando um pouco e criando uma analogia desse clássico tão famoso com a nossa realidade. Afinal de contas, não temos uma história parecida com a de Alice? Em um primeiro momento de nossas vidas somos todos crianças. Não sabemos da existência das coisas ruins, não entendemos o que é malícia. Vivemos achando que a vida é um conto-de-fadas, até de repente os adultos nos jogarem no mundo da realidade. No momento, tudo é desconhecido e nos desesperamos. É o momento em que temos que deixar nossos brinquedos de lado e agir como adultos, mesmo sem ter ideia de como fazer isso.
Os mais velhos dizem que nosso tempo é precioso, que não podemos disperdiça-lo, pois ele passa muito rápido, nos apressando cada vez mais. Mesmo assustados nós seguimos em frente. E a cada dia que passa obtemos mais perguntas e menos respostas, mais obstáculos e menos saídas... Mas vivemos. Cada dia de cada vez, tentando, e tentando, errando e acertando, até que finalmente em um belo dia, finalmente encontramos nosso caminho e descobrimos quem somos, e nesse dia descobrimos que tudo valeu a pena.

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